Madeira Branca
Atualizado: 27 de fev. de 2018

Desde o aparecimento do já cansado e moribundo CD, discute-se a qualidade da gravação digital quando comparada com a analógica.
É sabido que o sistema digital não consegue desenhar a onda sonora com a mesma perfeição do sistema analógico. Os defensores digitais acreditam que a deficiência em desenhar a onda em sua plenitude não é identificada pelo ouvido humano, principalmente quando usadas taxas de amostragem altas como 96khz ou 192khz. Já os do lado analógico, acham que o ser humano sente a diferença sim, e por isso quando se ouve um disco de vinil, teria-se uma sensação de maior conforto e prazer auditivo.
É uma discussão bem antiga e os dois lados trazem argumentos bem consistentes. CDs apresentam uma relação sinal/ruído muito mais satisfatória, além de uma tolerância dinâmica muito mais ampla. Já o vinil apesar de reproduzir um som não convertido numericamente, é fruto de um processo cheio de etapas mecânicas que conferem uma certa quantidade de ruído ao produto final, além de suportar uma amplitude dinâmica bem menos ampla.
Por ter iniciado minha carreira no começo dos anos 80, eu tive a sorte de participar de gravações analógicas e acompanhar toda a revolução digital.
Para se ter uma ideia do quanto se evoluiu, lembro-me de uma gravação do D’Alma, onde para conseguirmos um reverb mais duradouro, colocamos uma caixa acústica dentro de um piano de cauda, e na outra extremidade um microfone, ao mesmo tempo em que um peso mantinha o pedal de sustentação abaixado. Desta forma, o som de nossa gravação excitaria os harmônicos das cordas livres do piano, que passariam a vibrar por simpatia e gerariam um efeito similar ao do reverb. Hoje se consegue resultados muito melhores com um simples plugin.